GUEST BOOK
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Fiquei sabendo agora, via Kátia Fonseca, da morte do Michael. Que doideira: chegar no jornal, em dia de pescoção, e saber do fato. Lembro do Michael do tempo de faculdade. Participava quase sempre dos grupos de trabalho junto com ele e o Ricardo Porto. Estudei com a Rosângela também. Até que, numa matéria, separamos. Eles foram fazer uma opcional de tevê e eu descambei para História da Imprensa, com o Idaló. Essa “ruptura” levou ambos para a Globo. E eu vim parar em Campinas, onde estou há 30 anos, na militância e labuta que já valeram jornais, campanhas políticas, assessorias públicas e privadas e tudo que um jornalista faz para sobreviver. Costumava dizer, em dias de raiva: porque optei diferente? Poderia, hoje, se tivesse feito tevê, junto com o Michael, ao invés de História da Imprensa, estar na Globo. Mas não era para ser. E não me arrependo. Por aqui, aprendi, tive filhos, conheci gente nova, fui desde editor-chefe a repórter, navegante de emoções. Cada vida é cada uma. Desde que seja vivida como ela é. Há uns meses consegui um contato do Michael via Kátia e pretendia, este ano, nas férias, ligar para ele, quando fosse ao Rio, para saber do povo da faculdade. Afinal, perdi contato com todos. Lembro de poucos. Na verdade, o Michael era minha referência histórica. Uma figuraça na faculdade: inteligente, perspicaz, com tiradas rápidas, um destaque à parte, uma inteligência dessas que a gente diz ser brilhante, acima da média de nós normais. Lembro das nossas aulas de rádio, com nossos programas incompreensíveis. Usava o Michael como referência de alguém da nossa turna que tinha “vencido” na profissão. E ele era mesmo um caso à parte. Lembro, na formatura, de termos ido, alguns de nós, à casa dele, onde fizemos uma roda num dos cômodos, sentados no chão, de mãos dadas, a relembramos os 4 anos de PUC. Lembro, outra vez, de um cravo (instrumento) que ele tinha na sala e arranhava. Lembro do sucesso da festa de formatura, que espantou a reitoria por não aceitarmos os diplomas, virarmos de costas na hora do hino, em protesto à demissão de professores (inclusive nosso patrono) e a censura ao nosso único jornal, além do jeito de Hollywood da festa, com lanternas de mão e sons. O sucesso, diferente das batas babacas das formaturas formais, que não tivemos, foi em grande parte coisa do Michael. É isso: um cara diferenciado, um raro gênio, com todas as nuances e incongruências dos gênios. Fiquei triste, mas tenho um jornal a fechar (e um pescoção a fazer). E tocar a vida, mas perplexo, mais uma vez, ao saber, como diz o poeta, da nossa finitude ínfima. Um abraço, Michael.
ReplyDeletePs.: Vendo as suas fotos, vejo que você estava com a cara que eu daria pra você: bonachão e feliz, desses de sorriso livre e todo próprio. E saiba: você continuará sendo a minha referência universitária. Afinal, se universidade não for para se descobrir e se “destruir”, não terá valido de nada como rito de passagem.
Rosângela, beijos pra ti.
Do amigo, Ronaldo Faria